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  • Foto do escritorLana Capra

Um pouco sobre personagens

Os personagens são fundamentais quando se deseja contar uma boa história, eles são a alma dos livros. Os leitores identificam-se com eles, dando-lhes vida. Quando este material surgiu em minha cabeça, foi um turbilhão de informações a serem processadas e organizadas. Graças aos personagens, a história cresceu e tomou uma dimensão inesperada.

Como sempre gostei de jogos de tabuleiro e RPGs, vi assim uma forma dinâmica de criar meus textos. Transformei a ideia original de série para um sistema de RPG de mesa (D&D, 3d&T, Vampiro, Gurps, etc...), tornando o trabalho mais desafiador e divertido.


Usando a base sistemática de um RPG para descrever os personagens que criei, este é um exemplo de como alguns deles podem apresentar-se.



Os Elementais

São seres que naturalmente possuem forma de elementos da natureza e, de acordo com seu “nível de aperfeiçoamento”, conseguem chegar perfeitamente à forma humana, em alguns casos podendo se passar por humanos sem serem notados como elementais. Isso dá-se ao fato de os humanos estarem no topo da cadeia alimentar, serem a espécie dominante no planeta. Elementais em sua forma natural são muito vulneráveis, sendo facilmente mortos. A aproximação com a forma humana os torna pelo menos tão resistentes quanto eles, fator fundamental para a sobrevivência das espécies.

Considerando níveis de 0 a 5.


IMPORTANTE SOBRE ORIGEM E NASCIMENTO

Elementais nascem apenas da união de 2 elementais (um macho e uma fêmea) que têm a capacidade de tornarem-se mais de 90% humanos (aqueles de “nível alto”), só são concebidos em tal estado de ambas as partes e nascem apenas na forma humana da fêmea. Misturas de elementos geralmente não resultam em híbridos (nem mesmo fecundam).


Ao nascer possuem forma humana, mas em poucas horas suas moléculas tornam-se os elementos brutos, devendo-se tomar as medidas necessárias para o desenvolvimento dos recém-criados. Seu amadurecimento é diferente, atingindo a mente consciente em poucos dias. Em menos de um mês seu estado de consciência pode ser comparado ao de uma criança. Em poucos anos, tornam-se adultos.

NÃO BASTA SER UM ELEMENTAL PARA MANIPULAR ELEMENTOS: elementais de nivel baixo são nada mais do que elementos brutos, não são manipuladores nem magos, a menos que estudem e desenvolvam habilidades para tal.

NOTA IMPORTANTE: AS LEIS DA FÍSICA SÃO APLICADAS NA MAIORIA DOS CASOS, como o triangulo do fogo, a toxicidade e oxigenação da água, a poluição do ar, a diluição da terra, entre outros.


Elementais do fogo

Habilidade natural: controlar a temperatura corporal (a partir do estágio 1)

São os seres que mais repudiam a forma humana. Os elementais do fogo se acham superiores à raça humana, pensam no humano como um ser impuro e profano, que destrói tudo que toca, muitas vezes utilizando-se do fogo para tal. Presenciaram guerras onde os humanos usavam rios de lava para dizimar cidades e tochas para queimar casas, até mesmo para queimar pessoas em praça pública. Para eles, os humanos deveriam perecer longe do calor e da luz, deveriam viver em trevas e frio. Raramente algum elemental do fogo passará do nível 3, seu aperfeiçoamento dá-se através da Magia Das Salamandras, que ensina a manipulação do corpo como elemento e em casos mais evoluídos e extremos, mostra como expandir as chamas de seu corpo à maneira que bem desejar.


Nível 0 - horas após o nascimento, deve ser colocado em uma pira/lareira apropriada até o desenvolvimento da mente consciente. Estágio de fragilidade extrema, como a chama de uma vela. Como toda fogueira, deve ser alimentada com combustíveis apropriados para que permaneça viva.

Nível 1 – ainda pouco dotado de forma, pode locomover-se por pequenas distâncias e criar pequenos focos de incêndio.

Nível 2 – pode tomar forma humanoide e locomover-se nesta forma por grandes distâncias. Não é capaz de segurar objetos, mas pode “abraçar” uma árvore pequena e conduzir suas chamas até que a consuma por completo.

Nível 3 – forma humanoide completa e densa, podendo carregar objetos mas sem aparência e traços humanos, apenas um corpo em chamas, sem rosto inclusive (alguns com muito esforço manifestam traços como nariz e boca).

Nível 4 – forma humana corpórea, apresentando traços como cabelos em chamas, temperatura corporal muito alta, marcas chamuscadas na pele e roupas (que são constantemente arruinadas), olhos vermelhos e flamejantes.

Nível 5* – forma humana total consolidada, alta temperatura corporal, cabelos muito vermelhos, pele avermelhada.


*

O primeiro elemental do fogo do qual se sabe que chegou até o nível 5 foi também o último. Conta a lenda que sua curiosidade sobre o mundo dos homens o levou até as aldeias do extremo sul da Tellus, onde conheceu o frio e a escuridão. Sem piedade, eles assolavam as poucas pessoas que restavam vivas na região já escassa de alimentos, eram como cadáveres ambulantes, desnutridos e fracos. Sem mais forças para mudarem-se para terras mais quentes (que implicava em atravessar o oceano), eles apenas aguardavam a morte… o gelo era duro demais para furar, era quase impossível beber ou pescar.

“Eu posso ajudar”... pensou o ser de chamas. Com o elemento fogo de seu corpo, ele derretia água e levava para os habitantes, abria valas no gelo para facilitar a pesca, cozinhou seus alimentos, ajudou-os a beber e se alimentar até terem força suficiente para migrarem até as terras mais quentes. “Eu posso ajudar!” E sentia-se feliz por salvar tribos inteiras (ou o que delas havia sobrado), sentia-se pleno por valorizar e preservar a vida. Ele mostrou a eles como produzir o elemento que os salvara, o fogo, sua força vital, tudo aquilo que ele era… e os humanos o admiraram e saudaram. Seu nome era Fornax.

Felizes os homens com o fogo, Fornax estava satisfeito. Deixou-os com o presente e retirou-se para satisfazer mais sua curiosidade sobre o mundo. Espalhou sua semente de calor pela Tellus, ensinou outras tribos a arte de fazer fogo e as incentivou a disseminar este conhecimento que salvaria suas vidas, aqueceria seus corpos, cozinharia seu alimento. Satisfeito consigo mesmo por compartilhar o bem, deu sua missão por cumprida e exilou-se em meditação. Após um longo período decidiu visitar os locais por onde passou, esperando ver a prosperidade nos povos a quem ensinou parte de sua essência.

Mas o que ele viu foi outra coisa...

Os humanos a chamaram de Guerra, e por onde passava via sua essência transformar-se em destruição. Florestas secas e focos de fumaça eram paisagens comuns. O fogo havia se tornado uma arma, era usado para disputas de poder, para subjugar os mais fracos através do medo. O mesmo fogo que trazia conforto também era símbolo de devastação e de sofrimento. Eles descobriram como retirar metal da terra e usavam o fogo para criar rios dele derretido e armas afiadas, entenderam como fazer vidro e o usava em pó para envenenar seus semelhantes, queimavam seres vivos… tudo por poder. Fornax tentou interceder perante os líderes das tribos para que aquela insanidade cessasse, mas em vão. Em um ato desesperado, ele ameaçou destituir o ser humano do conhecimento do fogo, a humanidade voltaria a sofrer as chagas da falta do elemento que teve seus valores e virtudes deturpados. “Vocês usaram da arte sagrada do Elemento Fogo para destruírem a si mesmos! Eu lhes presenteei com a pureza da vida e a beleza do calor e da luz, em troca transformaram-na em dor e espalharam a morte. Farei com que esqueçam tudo aquilo que eu vos ensinei...”

Temerosos pela ameaça do elemental, os humanos agiram primeiro. Capturaram-no e o selaram em uma redoma de vidro, onde aos poucos sua essência se apagava pela falta de ar para alimentar seu corpo. Pouco antes de desfalecer sentiu a presença de seus irmãos elementais, bem como suas intenções: eles vieram resgatá-lo e destruir os humanos que o capturaram. Falando dentro de suas mentes com o sopro de vida que lhe restava, Fornax lhes disse:

“Irmãos, deixem-me ir e vão-se também. As consequências de seus atos irão alimentar esta fera, a Guerra, e isso nunca vai parar. Vão-se. Não permitam que esta besta chegue até nosso povo. Eu lhes imploro, vão-se...”

Contrariados, assim eles se foram, mas levaram com eles o repúdio pela raça que usou de sua força vital para destruir. Carregaram consigo a imagem do sopro de vida de Fornax extinguindo-se dentro da redoma que o fogo ajudou a criar, morto pelas mãos do povo que instruiu. Aproximar-se da forma humana era uma questão de sobrevivência, mas agora tornara-se um insulto. Os que restaram retiraram-se dos olhos do mundo e recusaram-se a aproximar-se da forma humana, mesmo que sua vida e evolução dependesse disto. Quando o fogo era apenas bruto e selvagem a vida fluía naturalmente, então o homem o pôs sob controle…

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